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Arquitetos: SUMO Arquitectes, Yolanda Olmo
- Área: 12014 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Aitor Estévez
Descrição enviada pela equipe de projeto. A escola primária de Sant Martí faz parte de um edifício municipal que contém ainda uma Centro de Educação para Adultos e dois pavimentos subterrâneos de estacionamentos públicos, localizado no bairro de Poblenou em Barcelona. A grelha estrutural do estacionamento define os edifícios acima.
Como podíamos repensar a escola a partir da urbanidade de sua localização? Hoje em dia, a legislação que guia o desenvolvimento deste tipo de edifício é indiferente ao seu entorno. As exigências por espaços internos e externos são as mesmas para uma escola em um ambiente rural e para uma localizada em um denso entorno urbano. Estas cegas exigências resultam em grandes e amplas escolas rurais e, por outro lado, em escolas muito compactas e indiferentes à paisagem urbana nas cidades.
Desde o início do projeto para a Escola Sant Martí, queríamos criar uma escola espaçosa e arejada, aberta e sensível ao seu entorno urbano. O edifício está situado em um entorno bastante denso onde o Plano Cerda se funde com a paisagem industrial de Poblenou. O programa denso e complexo, as dimensões do terreno, as rígidas leis de planejamento urbano e a posição engessada do estacionamento subterrâneo levaram a equipe a repensar os padrões para escolas públicas e como adaptar a Sant Martí a este local específico. O programa se desenvolve basicamente no térreo, sendo as coberturas ocupadas por playgrounds. A proposta alterna de forma equilibrada os vazios e as áreas construídas. Consequentemente, há um melhor aproveitamento da luz natural, ventilação e vistas para os espaços internos da escola.
A construção de dois subsolos, dedicados ao estacionamento público, permite pensar a escola como uma grande cobertura, e repensar as coberturas da escola como playgrounds. Tomar esta decisão gera uma variedade de espaços externos, como pátios no nível da rua, espaços de transição conectados a estes pátios, e grandes espaços abertos no primeiro pavimento. Todos estes espaços abertos organizam as áreas internas segundo a relação visual e física entre estes.
Juntamente com esta sequência de espaços externos, a materialidade das fachadas criam a imagem externa da escola.
As fachadas voltadas para a rua apresentam uma tectônica bastante pesada, com empenas de concreto e um fechamento de aço formando um padrão abstrato. Estas fachadas são as mais pesadas e fechadas mas ao mesmo tempo são as fachadas que permitem a relação visual direta entre a rua e os pátios. Por outro lado, as demais fachadas são construídas com sistemas industrializados mais rápidos e leves. Estas fachadas ventiladas apresentam grandes vantagens de isolamento térmico e acústico devido ao ar em suas cavidades internas.
A solução construtiva para diferentes coberturas varia segundo suas importâncias no edifício. A cobertura ventilada é perfeita para o clima mediterrâneo.
A construção destes tipos de fachada e cobertura, a proteção contra o sol e a conexão com o Sistema Urbano de Aquecimento e Resfriamento (Districlima) fazem da escola um edifício com índice A de eficiência energética.
O exterior da escola e intencionalmente sóbrio, em contraste com a heterogeneidade de seu entorno imediato, ao passo que o interior da escola vibra com múltiplas cores.